Nos sons das nossas infâncias está ainda o registo da escala, que desce e sobe, no sopro do guarda-soleiro, que afia facas e tesouras, pois nem sempre há varetas partidas nos guarda-chuvas. Ontem reencontrei um guarda-soleiro, e na sua materialização retrospetiva, um pesado significado económico. Numa revolução industrial tão contínua como a que nos assiste, tendem a acabar as meias solas, os fundos nos tachos de alumínio, os restauros elétricos. Prevalecem os orçamentos (oportunistas) em que a placa eletrónica vale quase o equipamento no seu todo. Muitos vivem um holocausto diário de procura de um ecoponto incerto e sempre parco. Por isso, o reaparecimento do guarda-soleiro não pode ser observado apenas como o resultado de uma aflição que faz inventar alguma ideia para nos salvar. Deve obrigar-nos a repensar uma sociedade consumista, de desperdício, de provocação. Provocação tão grande que vemos alguns meninos a procurar o pão e o brinquedo no lixo de outros meninos. Famílias que procuram a sobrevivência remexendo em depósitos de lixo, indistintos na matéria e nos valores. É dever do Estado não deixar que qualquer dos seus constituintes seja prejudicado, particularmente os que se esgotam no trabalho, e que se tornam ainda mais pobres pela vantagem (i)legal de alguns. O guarda-soleiro não pode ser a ressaca do oportunismo. Nem da industrialização. Ler mais: http://expresso.sapo.pt/voltou-o-guarda-soleiro=f591770#ixzz2DF7eYtAD
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domingo, 25 de novembro de 2012
Guarda Soleiro
Já há bastante tempo que não houvia o inesquecivel som do guarda-soleiro ou do amola-facas.
Incrivelmente hoje voltei a ver esta figura tipica.
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